Esse primeiro semestre de 2017, estudei bastante sobre como montar uma agenda de estudos efetiva e abrangente. Procurei identificar os pontos chaves que todo baixista deve estudar, como abordar as diferentes possibilidades de estudos e como criar uma agenda de estudos efetiva. Depois vou falar mais extensamente sobre os resultados do meu trabalho. Voltando ao assunto desse texto…
Após concluir meus estudos, levei minhas conclusões para meu professor Chris Fitzgerald e discutimos sobre tudo. Ele ouviu atentamente cada etapa que eu tinha definido e tomou várias anotações. Ao final, ele ponderou algumas coisas e perguntou “isso é para baixo fretless também?” Eu disse que sim. Então ele sugeriu, acrescente um tempo para estudar com Drone Notes.
O Drone, como provavelmente todos conhecem, é aquele aparelhinho que voa e que está ficando bastante famoso ultimamente. Porém, a definição da palavra drone se refere a um som contínuo (o aparelhinho quando voa emite um som contínuo). Então, estudar com Drone Notes é estudar com um som contínuo.
De cara já saquei o que ele quis com essa sugestão: afinação. Realmente, um problema difícil de ser resolvido por baixistas que tocam fretless (e acústico) é a precisão da afinação. Eu me incluo nesse meio. Apesar de ter uma boa afinação no fretless, não me considero no nível que gostaria de ter. Quando o assunto é tocar lendo uma partitura, onde é complicado tirar o olho do papel para conferir se o dedo está no lugar certo, a afinação compromete um pouco.
Seguindo o conselho, criei os arquivos de Drone Notes e comecei a estudar ouvido o “aviãozinho”. Para minha surpresa, o efeito na afinação foi imediato. Percebi claramente e com um nível de precisão bem maior as minhas falhas de afinação. Porém, uma outra surpresinha apareceu nesse estudo.
Como no momento eu estava estudando todas as digitações e as conexões entre as digitações da escala menor melódica, em especial para aplicar a escala alterada, usei a Drone Note como tônica dessa escala. A surpresa que me veio foi simplesmente relacionar de maneira mas profunda (= aural) a relação entre a escala alterada e o som do acorde. Isso me acrescentou mais um nível de compreensão do que eu estava estudando. Além da digitação em si, que trabalha a memória física da escala, vinculei isso à percepção aural do som da escala.
Em geral, no meu procedimento de estudo, essa vinculação aural só se daria quando eu estivesse estudando a escala alterada em uma música ou em uma progressão harmônica. O grande ganho aqui foi me conectar de maneira aural com a escala alterada desde a fase de estudo técnico, até chegar ao estudo musical.
Como consequência, fico imaginando o baixista aplicando as Drone Notes quando estiver estudando escalas. Isso vai ajudar a “entender” a sonoridade da escala a partir de sua tônica ou a partir de qualquer grau, nessa caso quando estiver estudando modos gregos.
Então fica a sugestão para todos praticarem com Drone Notes. Em especial para que toca fretless. E para quem quiser estudar usando as Drone Notes que eu produzi no meu teclado, basta acessar o link aqui abaixo para acessar a playlist do meu canal do YouTube com todas as notas. Quando estava escolhendo as notas, procurei encontrar a região mais consonante com a tessitura do baixo… Espero que goste!!!